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terça-feira, 9 de agosto de 2011

A linguagem do povo semita

Os Semitas
Semita é o termo que designa um conjunto linguístico composto por vários povos (Antonio Gasparetto Junior em http://www.infoescola.com).
Qual a origem deste termo?
Está na Bíblia. No livro do Genêsis que narra a história de Noé. Um de seus filhos tinha o nome de Sem, versão grega para o hebraico Shem. A derivação deste nome passou a identificar os povos que possuem culturas comuns.
De onde veio o povo semita?
Os semitas são originários do Oriente médio, ocupando uma área que estende até o Irã, o Mar Vermelho e o Oceano Índico.
Quem são os povos semitas?
Destaque para os Árabes e os Hebreus, mas diversos outros povos comungam da mesma origem, passando por diversos conflitos, especialmente com povos de origem europeia no decorrer do tempo.
Qual a importância deste povo para a História?
Estes povos tiveram grande influência cultural, pois as três grandes religiões monoteístas do mundo – judaísmo, cristianismo e islamismo – possuem raízes semitas.
Por que a diversificação deste povo?
Devido a diversas migrações, não podemos falar de um grupo étnico homogêneo. Portanto, muitas línguas compõem a família semítica, incluindo as seguintes: acadiano, ugarítico, fenício, hebraico, aramaico, árabe, etíope, egípcio, copta guanche, somali, gala, afar-saho, haúça, assírio e caldeu.
Como era a linguagem dos povos semitas?
De acordo com Pe Luiz Cechinato, o povo semita era simples, intituitivo, com uma linguagem concreta, personificando e encarnando o seu pensamento. Por exemplo não existe nesta linguagem a expressão “humanidade”. Para expressar a “natureza humana” se usa a expressão “carne”.
Outros exemplos da linguagem dos povos semitas:
Para dizer que a mulher tinha a mesma natureza do homem, Adão se expressou com esta linguagem concreta e materializada:
“Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” (Gn 2,23).
Para dizer que a mulher tinha a mesma natureza do homem, Adão se expressou com esta linguagem concreta e materializada:
“Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne. Ela se chamará mulher, porque foi tirada do homem ( Gn 2, 23 ).
Em vez de usar conceitos abstratos, os semitas recorriam a certos jogos de palavras que expressavam o seu pensamento de maneira concreta. Por exemplo, para dizer que estavam decididos a morrer, o hebreu dizia que “punha a sua carne entre os dentes”.
Ainda a expressão: “trazer a vida na palma da mão ”significava também” estar prestes a morrer”. E por quê? Porque o que está na mão está para ser entregue. Vejam esta passagem do Livro de Jó:
“Porei a minha carne entre os meus dentes, e levarei na mão a minha vida”( Jó 13,14).
No profeta Isaías temos uma passagem que concretiza que a misericórdia de Deus está bem perto, fala que Deus “não tem mão curta”. E para dizer que Deus está sempre atento às nossas preces, fala que Deus “não é duro de ouvido”.
“Não, a mão de Javé não é curta para salvar nem o seu ouvido é tão duro que não possa ouvir. Antes, são os vossos pecados que criaram um abismo entre vós e o vosso Deus. Por causa de vossas iniquidades, Ele escondeu de vós o seu rosto para não vos ouvir”. ( Is 59, 1-2 )
Por que devemos saber isso?
Quem não leva em conta essas coisas próprias da língua do povo que escreveu a Bíblia, não conseguirá entender a palavra de Deus. Porque a Palavra de Deus, ao ser transmitida pelo homem, recebeu toda essa “embalagem” humana. Deus aceitou que a sua Palavra eterna, viva e verdadeira, ao ser transmitida se revestisse da roupagem humana do povo simples que a escreveu. É bom sabermos disso, porque caso contrário, podemos achar que a Bíblia é lenda e fantasia.
No caso de Adão e Eva, da cobra e da fruta. Trata-se de um modo de falar personificando tudo. Mas atrás dessa “fantasia”, existe uma verdade divina que Deus quer transmitir-nos: é a rejeição de Seu plano de amor por parte do homem, bem como as desastrosas consequências desse rompimento.
O escritor da Bíblia inventa esse diálogo da serpente com o homem e de Deus com a serpente , para mostrar-nos que existe o Maligno com a sua tentação. Essa tentação entra sempre por meio de uma mentira com aparência de verdade. Jesus disse que o Demônio é o “pai da mentira” ( Jo 8,44). Quando o escritor diz que Adão e Eva “abriram os olhos e viram que estavam nus”, ele quer dizer que “eles viram a sua triste realidade”. Ver-se “nu” é perceber o seu nada, a sua miséria extrema, o vazio de seu coração, visto que o homem já havia perdido a amizade com Deus ou estado de “justiça original” . Ler  Gênesis 3, 1-13 . (Pe Luiz Cechinato)